skip to main |
skip to sidebar
65%... 26%... As porcentagens realmente importam?
15:16
Posted by LuizCRibas
Já viram por aí uma hashtag que diz
#NãoMereçoSerEstuprada ???
Algum tempo depois, descobriu-se esse erro, foi publicada a carta da errata e pedido de desculpas por parte dos responsáveis. Abaixo um trecho da matéria da Folha (link aqui) que fala sobre isso:
"O erro, classificatório como "relevante" pelo Ipea, ocorreu devido à troca de resultados com outra pergunta. A questão perguntava aos entrevistados se eles concordavam com a afirmação de que "mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar". Neste caso, 65,1% concordavam, segundo a errata divulgada pelo órgão (na primeira divulgação, esse percentual era de 26%)."
Certo, o erro foi descoberto. As pessoas ficaram revoltadas. Pessoas foram demitidas e se demitiram. Discussões fervorosas e bem polêmicas se formaram nas comunidades. Descobrimos vários estupradores em potencial por causa deles. Tudo uma maravilha, muita gente xingando muito no twitter. Isso tudo em menos de um mês e à muito custo da paciência de muita gente.
E agora?
Primeiro que os resultados trocados não são em NADA satisfatórios, afinal 26% ainda acreditam no ataque às pessoas que se vestem de qualquer forma, pois o termo "roupas que mostram o corpo" é tão amplo que se um dedo estiver à mostra já entra nessa estatística. Outro problema é que 65% não têm discernimento algum perante o motivo de concordarem com o comentário de mulheres (pela pesquisa) estarem sendo violentadas dentro de suas próprias casas, para criticá-las e dizer que gostam de apanhar.
"Gostar de apanhar" é algo extremamente relativo. A maioria das pessoas que sofrem abusos físicos não gostam de serem espancadas. Muito pelo contrário, têm medo e sofrem de alguma carência, seja ela de conhecimento de terem uma saída dessa situação, seja um filho que não pode abandonar, dentre outros. Especialmente porque, juntamente com os abusos físicos e explícitos, também sofrem imensos abusos psicológicos, emocionais, sociais e até familiares (sim, têm famílias que criticam o divórcio até mesmo quando o parceiro é um sociopata agressivo e tem chance de matar a parceira, coisas assim).
Segundo que essas pesquisas já começaram errado. Extremamente tendenciosas, genéricas e ambíguas. Não têm o mínimo de profissionalismo e cunho investigativo, muito menos imparciais. Sim, erraram nos dados do excel, não editaram, não revisaram e publicaram mesmo assim. Lamentável o descuido com informações tão potencialmente polêmicas. Ou será que queriam mesmo que fosse criada uma pandemia de revolta, a fim de mascarar outros fatos por aí?
De qualquer forma, o problema maior de todo esse "auê" é a falta de educação mínima e cultura de um povo alienado e manipulado. Infelizmente, a maioria das feministas, machistas, politizados, revoltados, aproveitadores, está tão errada quanto as coisas que criticam. Na verdade, todos esses termos dados e auto-intitulados são um reflexo da extrema arrogância e ignorância que reina no cotidiano, afinal todos somos seres humanos com diferenças genéticas mínimas, sem existir superioridade ou inferioridade.
Portanto, antes de saírem criticando informações que foram divulgadas e compartilhadas, antes de saírem criando hashtags em fotos repetidas, antes de "achismos" (para quem não entendeu, é o ato de dar opiniões formadas pelo que acha e não pelo que é realmente)... procurem se informar, abrir suas cabeças para outras interpretações, busquem conhecimento dos fatos em locais oficiais e com fatos comprovados. Não saiam "achando" e muito menos impondo opiniões mal formatadas e incompletas, afinal creiam ou não a maioria é exemplo e modelo para milhares de pessoas em rede.
Não seja mais um hipócrita sem fundamento que cria redes de ignorantes sem discernimento. Seja pelo menos um hipócrita que melhora o mundo passando adiante bons costumes.
Não critico as pessoas em si, pois todos têm o direito de se revoltarem com esses fatos ao terem conhecimento dos mesmos, mas critico o ato de espalharem informações e opiniões sem base prévia, influenciando uma rede de polêmica de forma ignorante e cheia de modismos e achismos. Odeio hashtags.
Câmbio, desligo.
(LuizCRibas)
Esta postagem tem como Marcadores:
Textos Próprios
.
»Comentários: